3.10.16

Especial de dia das crianças+Texto:Não chore papai.


Hello Senbonzakuras e Bonsai.
Eu finalmente usei uma base para criar esse lindo layout do V, esse novo photoshoot me mata sinceramente.
Além de personalizar esse layout lindo eu ainda trouxe para vocês esse texto que sinceramente é o meu xodó dos textos, ele não fala sobre amor como a maioria dos contos ele conta a historia uma historia de infância, achei algo diferente e incrível!Espero que gostem!
Daqui 15 dias começam as minhas provas que pena não é mesmo ;-; enquanto algumas amigas minhas estão viajando e praticando seus hobbies  eu estou estudando muito, como eu entrei em um colégio mais rígido esse ano, acabei tirando notas péssimas em matemática, e agora preciso de um ponto alem da media para passar.
O visual no geral do blog mudou, tanto como o jeito de eu formatar tudo que escrevo quanto as dimensões das imagens, daquele outro jeito estava ficando estranho na time line de vocês não é? (agora que eu vi desculpa ;p) espero que tenham gostado do meu blog assim, eu achei que ficou bonitinho, caso achem que ficaria melhor outra dimensão me mandem que eu vou tentar arrumar (estou aberta á opniões lol)
Eu achei esse texto depois que a minha professora de gramatica (infelizmente afastada do cargo de pedagoga por problemas de saude) eu lembrei de muita coisa da minha infância e ele me remeteu ha doces flashbacks da minha life.






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Embora você proibisse, tínhamos combinado: depois da sesta iríamos ao rio e a bicicleta já estava no corredor que ia dar na rua. Era uma Birmingham que Tia Gioconda comprara em São Paulo e enlouquecia os piás da vizinhança, que a pediam para andar na praça e depois, agradecidos, me presenteavam com estampas de Sabonete.

Na hora da sesta nossa rua era como as ruas de uma cidade morta. Os raros automóveis pareciam sestear também, à sombra dos cinamomos, e nenhum vivente se expunha ao fogo das calçadas. Às vezes passava ciando uma carroça e então alguém, querendo, podia pensar: como é triste a vida de cavalo.

Em casa a sesta era completa, o cachorro sesteava, o gato, sesteavam as galinhas nos cantos sombrios do galinheiro. Mariozinho e eu, você mandava, sesteávamos também, mas naquela tarde a obediência era fingida.

Longe, longíssimo era o rio, para alcançá-lo era preciso atravessar a cidade, o subúrbio e um descampado de perigosa solidão. Mas o que e a quem temeríamos, se tínhamos a Birmingham? Era a melhor bicicleta do mundo, macia de pedalar coxilha acima e como dava gosto de ouvir, nos lançantes, o delicado sussurro da catraca!

Tínhamos a Birmingham, mas era a primeira vez que, no rio, não tínhamos você, por isso redobrei os cuidados com o mano. Fiz com que sentasse na areia para juntar seixos e conchinhas e enquanto isso, eu, que era maior e tinha pernas compridas, entrava na água até o peito e me segurava no pilar da ponte ferroviária.

Estava nu e ali mesmo me deixei ficar, a fruir cada minuto, cada segundo daquela mansa liberdade, vendo o rio como jamais o vira, tão amável e bonito como teriam sido, quem sabe, os rios do Paraíso. E era muito bom saber que ele ia dar num grande rio e este num maior ainda, e que as mesmas águas, dando no mar, iam banhar terras distantes, tão distantes que nem a Tia Gioconda conhecia[...]
E me prometia viajar de verdade, um dia, quando crescesse, e levar meu irmãozinho para que não se tornasse, ai que pena, mais um cavalo nas ruas da cidade morta, e então vi no alto do barranco você e seu Austin.

Comecei a voltar e perdi o pé e nadei tão furiosamente que, adiante, já braceava no raso e não sabia. Levantei-me, exausto, você estava à minha frente, rubro e com as mãos crispadas.
Mariozinho foi com você no Austin, eu pedalando atrás e adivinhando o outro lado da ventura: aquele rio que parecia vir do Paraíso ia desembocar no Inferno.
Você estacionou o carro e mandou o mano entrar. Pôs-se a amaldiçoar Tia Gioconda e, agarrando a bicicleta, ergueu-a sobre a cabeça e a jogou no chão. Minha Birmingham, gritei. Corri para levantá-la, mas você se interpôs, desapertou o cinto e apontou para a garagem, medonho lugar dos meus corretivos.

Sentado no chão, entre cabeceiras de velhas camas e caixotes de ferragem caseira, esperei que você viesse. Esperei sem medo, nenhum castigo seria mais doloroso do que aquele que você já dera. Mas você não veio. Quem veio foi mamãe, com um copo de leite e um pires de bolachinha-maria. Pediu que comesse e fosse lhe pedir perdão. E passava a mão na minha cabeça, compassiva e triste.
Entrei no quarto. Você estava sentado na cama, com o rosto entre as mãos. “Papai”, e você me olhou como se não me conhecesse ou eu não estivesse ali. “Perdão”, pedi. Você fez que sim com a cabeça e no mesmo instante dei meia-volta, fui recolher minha pobre bicicleta, dizendo a mim mesmo, jurando até, que você podia perdoar quantas vezes quisesse, mas que eu jamais o perdoaria.

Mas não chore, papai.

-Sergio Faraco


Sesta:Modo de falar, dormir, cochilar.
Pilar:Coluna sem ornamentos
Rubro:Vermelho como sangue.
Interpôs:Ficar entre duas coisas.





2 comentários

  1. Anônimo8.10.16

    Oi, Isabela, como vai?
    Então, a matemática: sempre fiquei com notas ruins nela, simplesmente não sei lidar haha Tô torcendo pra você conseguir recuperar suas notas! E já vi que você tem talento pra escrever. Lembro muito bem de uma professora de português que tive dizendo "não é só escrever, tuas palavras precisam causar alguma coisa em quem lê" e foi o que você fez. Moça, o que foi isso? :') Bom, acho que nem tenho muito o que falar mesmo, ainda mais depois do seu texto. Lindas palavras. Meus feelings. Obrigada.

    beijos ♡

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    Respostas
    1. O texto não é meu mas vou postar um que remeta vocês ao tempo de infância :)
      Vamos torcer para que eu tire notas boas esse final de ano.
      Foi um tal de Sergio Faraco, eu coloquei os creditos no post
      Nova aqui?Seeja bem vinda

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☆Kaomojis☆
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